terça-feira, 24 de novembro de 2015

Inspiração para os livros - Grã-Bretanha

Mapa de Westeros, por AKADoom, usuário do DeviantArt


Uma da Como sabemos, Martin se inspirou na história e em lugares reais para escrever seus livros. Referências ao Império Romano, Império Bizantino, Guerra das Rosas, invasões vikings, os Tudors, etc., não param de aparecer em seus livros que tanto encantaram o público. A história Grã-Bretanha, em especial, é um elemento constante em suas obras. Vamos falar um pouco sobre os elementos históricos dessa ilha que podem ter inspirado os livros.

A Guerra das Rosas


A Guerra das Rosas foi uma série de lutas entre as Casas York e Lancaster pelo trono da Inglaterra. Ambas as casas tinham como símbolo a mesma flor, daí o nome da guerra. Aqui já percebemos uma semelhança: os nomes York e Lancaster lembram um pouco os nomes das duas facções rivais que iniciaram a Guerra dos Cinco Reis em Game of Thrones, as Casas Stark e Lannister.

As semelhanças não param por aí. A guerra começou por conta do reinado fraco de Henrique VI, da Casa Lancaster, que perdeu várias terras para a França. O rei, que tinha problemas mentais, foi empurrado para o poder ainda com poucos meses de idade, devido à morte prematura de seu pai. Soa um pouco como Joffrey, não é verdade?

A guerra foi iniciada pelo duque Ricardo de York, que havia sido regente do rei. Ele esperou a morte de seu soberano em vão. Para complicar as coisas, Henrique teve um filho, Eduardo de Westminster. No entanto, corriam boatos de que esse filho era ilegítimo e de que o rei era impotente. Quando o rei, subitamente recuperado, destituiu Ricardo de todos os seus cargos, o duque resolveu agir, e foi então que a guerra começou. O que se seguiu foi uma disputa violenta pelo poder, com hora um York no trono, hora um Lancaster. O conflito resultou em grandes perdas para ambas as casas, em especial para a casa de York, que acabou sendo extinta.


Coat of Arms of Henry VII of England (1485-1509)" por Sodacan. Este(a) desenho vetorial foi criado(a) com Inkscape. Obra do próprio. Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Commons.



A guerra só terminou quando um pretendente remoto ao trono e de descendência Lancaster, que passara a maior parte de sua vida em exílio, na França, invadiu a Inglaterra e derrotou o último rei York, Ricardo III. O pretendente chamava-se Henrique Tudor. Após a guerra, ele foi coroado Henrique VII e se casou com Elizabeth de York, uma remanescente daquela Casa, para simbolizar o fim da rivalidade entre os Lancaster e os York. Uma medida necessária, já que, apesar de os herdeiros masculinos da Casa de York já estarem todos mortos, sua causa ainda tinha muitos apoiadores. Depois disso, o brasão Tudor passou a ostentar uma rosa vermelha e branca, simbolizando a união das rosas branca da Casa York e vermelha da Casa Lancaster.

De forma semelhante, em Game of Thrones, temos a rivalidade entre os Stark e os Lannister, que resultou em mortes de ambos os lados, mas principalmente de membros da Casa Stark. A disputa entre as Casas deflagrou um conflito que parece não ter fim... Pelo menos até que o Henrique Tudor da vez invada o reino. Na história, ele aparece na figura de Daenerys Targaryen, que começa como uma princesa exilada do outro lado do mar e passa a ser uma rainha com um exército de seguidores em busca de vingança. Os dois até usam o mesmo símbolo: um dragão vermelho, embora o dragão galês usado por Henrique VII não tenha três cabeças.



O Muro de Adriano


Muralha de Adriano (foto tirada por Velella).


Uma das muitas inspirações para a história foi o Império Romano. A própria Muralha foi inspirada no Muro de Adriano, erguida pelo imperador Públio Élio Trajano Adriano no Norte da Grã-Bretanha para proteger o império dos ataques das tribos bárbaras da Escócia.

Depois que o Império Romano do Ocidente caiu, as pessoas da região passaram a acreditar que o muro estava lá para separar o domínio dos homens do domínio das criaturas sobrenaturais. Soa familiar?

Mas, ao contrário da Muralha de Gelo, o Muro de Adriano é feito de pedra e madeira.


Heptarquia Anglo-saxônica


Reinos da Grã-Bretanha durante a Heptarquia (retirado de http://historiaonline.com.br/)

No continente de Westeros, há Sete Reinos: o Norte, o Oeste, o Vale, as Terras Fluviais, a Campina, Ponta Tempestade e Dorne. (As ilhas de ferro são pequenas e não ficam no continente, por isso não estão incluídas).

Na Inglaterra, assim como em Westeros, já houve sete reinos. Após a queda do Império Romano do Ocidente, iniciou-se um período chamado de Heptarquia Anglo-saxônica, em que os anglo-saxões (um povo que veio da região do que hoje é a Alemanha e conquistou parte da Grã-Bretanha) se dividiram em sete reinos principais: Sussex, Wessex, Essex, Kent, Mércia, Anglia Oriental e Nortúmbria. Havia também outros reinos menores que não são contados entre os principais, apesar de alguns deles terem sido bastante importantes durante o período da heptarquia. 

Esse período durou de 500 d.C até 850 d.C, quando os demais reinos foram unificados sob o domínio de Wessex com o objetivo de combater um inimigo em comum, os vikings, que haviam invadido o norte da Grã-Bretanha e agora procuravam conquistar o sul. A união dos sete reinos formou o Reino da Inglaterra, que se opunha ao Danelaw (união dos reinos vikings). 

Olha só que interessante: aqui, já se percebe outra referência usada nos livros de Martin - Os sete reinos da Inglaterra (os Sete Reinos de Westeros) contra os reinos vikings do norte (os Selvagens, o povo livre). Esse tio Martin é mesmo muito esperto, hein! Tantas referências... Como ele consegue guardar tudo isso na cabeça e juntar os pedaços numa história coerente? o/

Fontes de pesquisa:
  1. http://goo.gl/NlvBZY
  2. https://goo.gl/eJh7YX
  3. https://goo.gl/741GU5
  4. https://goo.gl/WxrrNH
  5. http://goo.gl/hB7BLy

~ Aegon